quarta-feira, 28 de abril de 2010

Laguna



Museu Anita Garibaldi
Não imaginava que Laguna fosse tão graciosa. Foi uma surpresa perceber como a cidade manteve sua arquitetura histórica em todo o centro. Pena que a conservação dos prédios é precária, mas como sempre, o mais barato e que teria um efeito benéfico é deixado de lado. A importância da cidade durante a Revolução Farroupilha e a proclamação da República Juliana são momentos de destaque no acervo dos museus da cidade. Tanto na Casa de Anita Garibaldi, como no Museu Anita Garibaldi, os eventos passados na cidade são bem documentados em exposições coerentes. Existe também um monumento em homenagem à Anita na praça em frente ao museu. Soube que existe também um monumento em sua homenagem em Roma e estou curiosa para conhecê-lo um dia. Como a cidade é bem pequena é possível conhecer este centro histórico numa manhã e ainda sobra tempo para ver as belezas naturais do lugar, destacando a experiência que é ir até os molhes e ver os golfinhos, mas isso fica para um próximo post.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

São Paulo


Museu do Ipiranga
Difícil fazer turismo em São Paulo. Primeiro vc tem que realmente querer fazer turismo histórico em São Paulo e olha que entre querer e conseguir existe uma grande diferença. São Paulo sempre esteve associada para nós a um local de passagem para se chegar ao Rio ou outro lugar, ou no máximo para eventos e motivos pontuais de viagem, nunca para conhecer o patrimônio histórico da cidade. Em 2009 resolvemos finalmente encarar o desafio de tentar visitar estes lugares que a gente sabe que existem, mas sempre são deixados para outra oportunidade. E quase não conseguimos realizar o objetivo, claro que a iniciativa da viagem não era turística, mas nos esforçamos para encaixar na agenda alguns lugares essenciais em São Paulo, lógico que não conseguimos fazer nem metade do roteiro porque os deslocamentos já tornam o problema complexo num dia normal com a chuva isso ficou mais caótico ainda. Mesmo assim visitamos o Museu do Ipiranga e que lugar bonito. Foi interessante tanto conhecer o acervo do museu, como descobrir detalhes sobre o projeto original do mesmo. Todo o entorno do museu, o monumento, a Casa do Grito são lugares imperdíveis. Grande parte do nosso banco de imagens associadas à história do Brasil, ultrapassando o acontecimento da Independência, estão presentes no original no museu. Realmente valeu a pena visitar este museu. Chato é perceber que mesmo sendo administrado pela Universidade o que seria sinônimo de qualidade, o museu não possui acesso para cadeirantes na parte superior como me contou minha querida amiga Fátima que foi lá recentement. Uma lástima não ser disseminado no país estas noções básicas de respeito e cidadania que se referem ao acesso para todos. Na nossa viagem à Paris encontramos tantas pessoas com necessidades especiais e entedemos porque estavam ali, pois é uma cidade completamente adaptada e que realmente respeita as diferenças. Um dia chegamos lá, espero que logo porque a Rafaela e tantos outros também têm direito de ter acesso a todos os lugares, principalmente ao nosso patrimônio histórico.

Congonhas do Campo


Santuário de Bom Jesus de Matosinhos
Sem dúvida um dos nossos patrimônios mais importantes, as esculturas dos 12 profetas em tamanho natural esculpidas por Aleijadinho são obras magníficas. A idéia do artista de que as pessoas pudessem andar por entre as esculturas assume papel fundamental no contato que temos com as obras. Considerada o conjunto mais importante do barroco no Brasil, além dos profetas em pedra sabão a Igreja e as Capelas são repletas de obras geniais. Os passos da paixão de Cristo que compõem cada uma das capelas são deslumbrantes, ainda mais quando imaginamos o quanto o mestre Aleijadinho estava debilitado quando criou estas obras em madeira. No nosso roteiro barroco foi o local onde mais encontramos turistas estrangeiros e com razão, o conjunto todo é deslumbrante, a localização, a riqueza de detalhes de cada escultura, enfim, um lugar imperdível. Pena que o resto da cidade não corresponda a grandiosidade do santurário. Muitas obras banais como colocar os fios de eletrecidade no subsolo dariam um ganho extraordinário na paisagem local. A chuva estava tão inclemente neste dia que não visitamos as demais igrejas da cidade, mas depois do espetáculo maior do barroco que é o santuário de Bom Jesus de Matosinhos acho que qualquer outra obra naquele momento seria ofuscada, fica para a próxima visita à Minas.

domingo, 25 de abril de 2010

Paris


Casa de Victor Hugo
Para mim este foi um dos momentos mais emocionantes da viagem à Paris. Embora a idéia prévia do lugar não me levasse a grandes expectativas como acontece com os grandes pontos turísticos de Paris, ao chegar lá e ver o quarto, o lugar onde este gênio da literatura viveu e escreveu sua obra universal foi um momento que jamais esquecerei e confesso que derramei algumas lágrimas. Não imaginava que entrar no apartamento dele me tocasse tanto, mas a atmosfera do ambiente é tão harmoniosa que é como se de repente nos encontrassemos com o próprio. Ainda que os móveis orginais só foram mantidos no quarto do escritor, todo o museu é perfeito. Incrível que nos guias um dos pontos destacados é o papel de parede da casa! Dizendo que mesmo que vc não conheça Victor Hugo vale a pena pelo papel de parede. Bom, depois até achei que realmente o papel de parede é incrível, mas todo o ambiente para os fãs e não tão fãs do escritor é interessante. Pena que minha foto com a estátua da Cosette não ficou boa. Claro que além do apartamento dele todo o entorno da Place des Vogues é riquíssimo. Desde as maravilhosas lojas, até os músicos que ficam por ali, tudo é muito parisiense, muito chique.

sábado, 24 de abril de 2010

Castro


Fazenda Capão Alto
Única construção de taipa de pilão que sobrou no Paraná, o casarão central da Fazenda Capão Alto é sem dúvida uma importante amostra da arquitetura colonial brasileira. Desde minha graduação em História tinha o interesse em conhecer este lugar, uma professora até tentou certa vez programar um passeio, mas não foi possível. Em 2009 conseguimos finalmente visitar esta fazenda. Caminho dos tropeiros nos séculos XVIII, a fazenda possuía uma localização estratégica e pertenceu aos carmelitas que além de suas funções religiosas, comercializavam o gado de Laguna até São Paulo. Todo o trabalho era feito pelos escravos, hoje é possível identificar as ruínas da senzala e do cemitério da fazenda. Era costume por volta de 1770 que fosse designado um administrador para a fazenda, chamado de fazendeiro e por vezes um escravo exercia esta função. Na Capão Alto foi assim, e não era uma excessão, o que chama atenção em relação a esta fazenda é o fato de que os escravos ficaram um século sob administração dos escravos que se diziam escravos de "Sinhara", ou seja, Nossa Senhora do Carmo, padroeira da fazenda que tinha uma imagem da santa em sua capela. Desta forma, eles acreditavam que estavam cuidando dos bens da santa e todo a adminstração e comércio da fazenda eram destinados a conservar o patrimônio da santa, sendo que os desvios de conduta eram punidos. Depois que deixaram a fazenda por conta dos escravos, os carmelitas a arrendaram a uma firma paulista e por volta de 1864 venderam efetivamente estes escravos. Apoiados na idéia de que eram escravos da santa, estes escravos se recusaram a ir para São Paulo. Mesmo com problemas de impostos não pagos, os novos donos conseguiram apoio da polícia e prenderam alguns escravos e levaram os outros à força, como maneira de dar o exemplo de repressão aos outros possíveis "quilombos" que surgissem nas mesmas condições da Capão Alto. Em 1870 a fazenda foi novamente vendida, para um importante latifundiário. Esta é a época de grande esplendor da fazenda, com mobiliário luxuoso, mas logo em seguida mudou para São Paulo e de residência de verão da família, a fazenda foi aos poucos perdendo importância. Com a decadência econômica da região, a fazenda foi vendida mais duas vezes e os últimos donos venderam todo o mobiliário original, infelizmente o poder público comprou o local muitos anos mais tarde, 1982. E isso é o que encontramos hoje, um local bem abandonado, sem o devido interesse histórico que merece. Não existem investimentos para transformar o casarão em atrativo turístico da região, o guia é o casiro local, um senhor cheio de boas intenções, mas sem nenhum preparo para receber visitantes. O interessante foi que ele nos contou que uma vez uma emissora de tv teve o interesse em fazer um programa sobre a rota dos tropeiros e fizeram com que os mesmos passassem na Capão Alto. De novo, possuímos tão poucos exemplares de arquitetura histórica em pé e não valorizamos o que sobrou, sendo que precisa um programa de tv para chamar a atenção e fazer uma reencenação fake do que poderia ser algo que realmente fizesse parte do calendário da região. Depois do passeio é impossível não sentir certa desolação em relação ao trato que o poder público dá para nosso patrimônio, lamentável.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Petrópolis


Museu Imperial de Petrópolis
Comparando com outros países nosso patrimônio histórico preservado é muito pequeno. Além de escasso, as dificuldades para o acesso a estes locais é dificultado por uma série de questões. Uma pena, por vezes pensamos que o melhor seria desistir do turismo histórico e cultural e fazer como a maioria, apenas "curtir" as praias e belas paisagens. É uma pena que este descaso com a história seja comum a todas as cidades brasileiras, como o poder público ignora a potencialidade de seu patrimônio histórico é algo sem explicação. Conhecer um dos locais mais importantes da nossa história, o Museu Imperial de Petrópolis foi um dos grandes momentos de nossa viagem ao Rio de Janeiro em 2005. Os problemas como sempre são aqueles que seriam mais fáceis de resolver, o horário de visitação minúsculo, a impossibilidade de fotografar, algo incompreensível já que nos museus europeus sem flash é possível fotografar sem problema, além da fila para entrar e da limitação do número de visitantes. Museu desde 1943, o Palácio Imperial possui um acervo bem completo, inclusive com a coroa do imperador, impossível não lembrar do excelente episódio da série Cidade dos Homens em que Laranjinha e Acerola fazem de tudo para irem com a escola conhecer a Coroa do Imperador em Petrópolis. Além do magnífico prédio, os jardins do palácio também merecem uma visita.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Paris



Museu da História da França
No mesmo domingo que visitamos o Musée Carnavalet, a Casa de Victor Hugo e o Museu Picasso, sentamos num daqueles bistrôs charmosos para descansar e comer algo na região do Marais. Na frente do bistrô tinha um prédio gigante e a curiosidade fez com que entrassemos no Museu da História da França. Aliás toda a região é instigante, com ruas de nomes apropriados como a Rue des Archives. O Museu da História da França, foi construído para a princesa de Soubise, por isso era chamado de Hotel de Soubise. E o grande atrativo do museu é justamente os aposentos da princesa, ambiente muito luxuoso e cheio de detalhes. Mas acostumados que estavamos aos aposentos luxuosos, principalmente depois de visitar Versailles, ficamos com a impressão de que foi dinheiro jogado fora a visita ao museu. Sim, porque além de tudo eles não aceitavam o Museum Pass que dava acesso aos principais museus de Paris, tivemos que desembolsar mais 12 euros. Mas se não tivesse entrado iria ficar pensando no que deixei de conhecer. É impossível não se deixar levar pelo deslumbramento de Paris, acho que seria necessário morar lá um tempo para saciar a vontade de conhecer tudo desta cidade maravilhosa.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Porto Alegre


Museu da Brigada Militar do Rio Grande do Sul
Nossa visita à Porto Alegre em dezembro de 2009 foi decepcionante. A cidade é muito desorganizada, sem placas de nomes de ruas e pichações e sujeira por todos os lados. Além disso, os horários indicados dos sites de turismo não correspondiam com os horários de abertura e fechamento da maioria dos museus. Mesmo assim conseguimos visitar quase todos os lugares que tinhamos em nosso roteiro. Um deles foi o Museu da Brigada Militar do Rio Grande do Sul. Brigada é como os gaúchos chamam sua Polícia Militar. O museu é bem pequeno, mas possui um bom acervo, organizado e com legendas em todas as peças. Vale a pena uma visita a este museu e ao Museu do Comando Militar do Sul que fica ao lado, mas este merece outro post já que sua coleção é riquíssima. A foto corresponde a uma cozinha de campanha, que eram fabricadas numa fábrica de Curitiba, desde 1933 e hoje já fechada. Existe um filme que não lembro o nome sobre a Segunda Guerra Mundial na Finlândia, em que um dos dramas vividos pelos personagens é o de conseguir recursos junto à população civil para a compra de uma cozinha de campanha. Garantir comida quente e fresca na Finlândia durante a guerra era essencial para a moral da tropa, ainda mais com a praticidade de cozinhar em movimento.

domingo, 18 de abril de 2010

Fortaleza



Theatro José de Alencar
Construção de 1910, o Theatro José de Alencar em Fortaleza no Ceará, possui uma arquitetura muito bonita. Com uma estrutura de ferro fundido, trazido de Glascow na Escócia, possui um jardim maravilhoso em anexo, projetado por Burle Marx bem posterior à construção do teatro. Uma pena que não conseguimos ver nenhum concerto no espaço, mas deve ser uma experiência fascinante. Fortaleza é uma cidade bem agradável, mas seu patrimônio histórico é pouco valorizado. Maldição das cidades que possuem a praia como principal atrativo no Brasil. Uma pena que as instituições governamentais não percebam a importância da conservação da arquitetura histórica como turismo assim como pensam nas belezas naturais. Um fato muito marcante nesta nossa permanência em Fortaleza foi a tentativa mal sucedida em conhecer o Farol velho, que abriga o Museu do Jangadeiro. Como nosso hotel ficava numa localização bem acessível,praia de Iracema, resolvemos ir de ônibus até o local. Tudo parecia normal descemos no ponto indicado pelo cobrador. Ao caminhar até o Farol fomos abordados por um ciclista que disse para voltarmos dali que o local era perigoso. Como era dez horas da manhã, não acreditamos no que o sujeito falou e continuamos a seguir, pois o farol era visível. Ao nos aproximarmos mais, vários senhores que estavam na calçada voltaram a nos alertar sobre o lugar, insistindo para que não continuassemos naquela região. Como eram pessoas de idade e foram tão enfáticos dizendo que o local era muito perigoso, com ladrões e viciados em crack, aceitamos o conselho e voltamos. Na volta, resolvemos fazer uma foto numa praia próxima, um porteiro veio correndo ao nosso encontro para nos avisar do perigo da região, nos apressando a sair dali para nossa segurança. Lamentável tudo isso, como um local histórico tão importante foi completamente abandonado? Graças a bondade do povo, nada nos aconteceu, mas é muito triste não poder ter acesso aos nossos poucos monumentos por estes motivos. Afinal de contas o local não era alternativo, estava no roteiro turístico do site da prefeitura, mas entre o que divulgam e o que realmente está acessível existe uma grande diferença. Pobres jagandeiros que não tem sua memória e trabalho reconhecidos, pobre de nós que não respeitamos nossos bens culturais, tão essenciais como nossas paisagens naturais.

sábado, 17 de abril de 2010

Guarujá



Fortaleza Santo Amaro da Barra Grande
Um dos nossos objetivos de viagem é conhecer os fortes históricos brasileiros. Em 2007 vimos a notícia que no litoral de São Paulo exisitia o projeto Costa dos Fortes, relacionando mais de 5 fortes no roteiro. Fomos para lá, acreditando no artigo e entusiasmados para visitar tantos fortes importantes em uma só viagem. O problema é que existe uma grande diferença no que anunciam e no que de fato existe. Não conseguimos conhecer todos os fortes que acreditávamos estarem abertos à visitação pública, na verdade eles não estavam. Foi assim, por uma questão de "churrasco de capelães que não conseguimos entrar no Forte dos Andradas. No Forte de Praia Grande era preciso ter feito reserva, mas nada era mencionado no site e argumentando conseguimos entrar. Os fortes do período colonial, na maioria das vezes estão sob a tutela das universidades e por isso são os únicos com horário e dias certos para visitação, sem alterações por conta do humor ou eventos dos responsáveis. Foi assim no Forte de Santo Amaro da Barra Grande, no Guarujá. A gente pega um barco em Santos que passa de meia em meia hora para a ilha onde fica o forte e pode-se visitá-lo normalmente. O forte está em ótimas condições de conservação, possui uma técnica museológica profissional e em alguns espaços é utilizado para exposições e lançamentos de livros. Ou seja, o uso racional de um espaço de tanta importância histórica e cultural é praticado pela Universidade Católica de Santos que administra o forte. Pena que os demais fortes não tem este uso.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Paris


Palais de Chaillot
Uma ótima vista da Torre Eiffel e do Champs de Mars é a escadaria do Palais de Chaillot. O símbolo máximo de Paris pode ser bem fotografado ali, e atrás do palácio existem alguns museus. Em Paris todos os museus valem a pena uma visita, ou mais de uma em alguns casos. O Palais de Chaillot possui dois museus na ala oeste e dois na leste. Um incêndio em 1997 danificou o palácio da ala leste, por isso o Museu dos Monumentos Franceses e o Museu do Cinema estão fechados. Visitamos o Musée National de la Marine, um dos maiores museus marítimos do mundo. A técnica museológica dele, como dos demais museus em Paris, é primorosa. A história naval francesa do século XVIII ao presente é mostrada com pinturas, instrumentos náuticos e principalmente maquetes. Aliás, dava para fazer uma série só de maquetes em museus parisienses, pois elas são incrivelmente esclarecedoras. Museus marítimos são sempre um ótimo passeio, nós também possuimos aqui em São Francisco do Sul em Santa Catarina o Museu do Nacional do Mar, um ótimo roteiro de passeio cultural. Como já havia comentado em outro post, algumas vezes os museus ou alas de museus parisienses ficam fechadas pela falta de funcionários. Foi o que aconteceu com o Museu do Homem, ao lado do Museu da Marinha. Lamentavelmente estava fechado e sem nenhum aviso prévio no site do museu, coisas de Paris. Fica para a próxima, juntamente com outros 200 lugares interessantes, huahuahua!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

São Miguel das Missões


Viajar de carro por mais cansativo que possa parecer tem suas compensações. Além da liberdade em modificar os roteiros sem maiores problemas, ainda permite que o deslocamento seja uma fonte de conhecimento da região que você percorre até o seu destino. Foi o que aconteceu conosco nesta viagem em dezembro de 2007 para São Miguel das Missões no Rio Grande do Sul. Todo o interior de Santa Catarina e Rio Grande do Sul possuem paisagens belíssimas, com imensas plantações e pastos. Para quem leu toda a obra de Érico Veríssimo é uma delícia passear por esta região. Infelizmente não fomos à Cruz Alta, fica para a próxima. Fomos direto à São Miguel das Missões. As ruínas foram reconhecidas pela UNESCO como patrimônio histórico e cultural da humanidade em 1983, único conjunto arquitetônico do sul do país reconhecido. Além da igreja, ruínas do colégio, sacristia, oficinas,e cemitério existe o Museu das Missões que possui mais de 100 imagens missioneiras, uma mistura de barroco com influência indígena. O local mostra a grandiosidade da redução que chegou a ter uma população de seis mil habitantes. A região possui outros sítios arqueológicos, que não conseguimos visitar. Não desta vez, porque novo roteiro pelo sul está nos nossos planos para as próximas viagens.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Paraty


Paraty é uma das cidades mais "cult" do Brasil. Foi o local escolhido para passarmos nossa lua de mel em 2006. Até chegar na cidade tem o seu encanto, ao escolher ir pelo litoral as belíssimas paisagens da Estrada Rio-Santos vão se sucedendo e deixando a viagem mais interessante (tudo bem que foi difícil encontrar a Rio-Santos em Santos, hua hua hua). O centro da cidade possui um patrimônio histórico lindo, com seu conjunto arquitetônico harmonioso foi cenário de vários filmes de época nacionais, entre eles o hilário Azyllo muito louco, a adaptação do livro O alienista de Machado de Assis pelo nosso grande cineaasta Nelson Pereira dos Santos de 1970. São várias igrejas, sobrados e o Forte Defensor Perpétuo, situado no morro do Forte, que possui uma vista privilegiada da baía. Embora tenha ido duas vezes para Paraty, não aproveitei as praias da região em nenhuma delas. Com interesses voltados para o histórico, cultural e artístico, Paraty é cheia de atrativos. Ainda quero voltar para velejar na costa, os passeios de barco são sensacionais, mas velejar ali deve ser um sonho. Nos esmeramos em evitar as épocas em que a cidade fica lotada com a Flip e as demais datas festivas, o tumulto na minha opinião tira o charme do local.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Paris




Musée Carnavalet
Mais um daqueles lugares imperdíveis de se conhecer em Paris. o Museu Carnavalet é um museu de história parisiense com diversas salas que vão desde pré-história e ocupação romana até século XX, passando pelas incríveis salas de Revolução Francesa. O prédio, construído em 1540, tem um belíssimo jardim e fica próximo à Place des Vosgues. A região é muito agradável e o melhor de tudo que é grátis. Como em muitos museus de Paris, quando alguns funcionários faltam, algumas salas ficam fechadas. Fomos visitá-lo numa manhãe de domingo, esperamos abrir e esperamos também alguns destes funcionários chegarem para conferir todos os ambientes. Um passeio inesquecível.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Cambará do Sul


Canyon Fortaleza
Ainda que o nosso foco seja o turismo histórico e cultural, alguns lugares nos fascinam com sua paisagem e se tornam passeios inesquecíveis. É o que aconteceu em dezembro passado, quando resolvemos fazer um roteiro sulino. Na cidade de Cambará do Sul ficamos hospedados num aconchegante chalé na Pousada Recanto da Serra, construído de maneira ecologicamente correta com materiais de demolição. Para se chegar aos Canyons de Fortaleza e Itaimbezinho as estradas de terra são horríveis, embora a distância seja de 21 e 18 quilômetros respectivamente, o deslocamento leva em torno de 1 hora. Quando se chega lá nos convencemos que é melhor que continue sendo assim, com acesso para poucos pois o local é magnífico. O Canyon Fortaleza tem 7 quilômetros de extensão e a sensação de chegar na borda é incrível, uma experiência única. As trilhas são relativamente de fácil acesso, ainda que no final do dia a gente se sinta exausto, as paisagens vislumbradas não conseguem ser captar a grandeza do lugar.

Rio de Janeiro


Cristo Redentor
Vista maravilhosa da cidade maravilhosa. Tragédias como enchentes e a violência urbana, que é muito menos sazonal do que gostaríamos, não abalam a beleza do Rio de Janeiro. Visitamos várias vezes o Rio e sempre existe um lugar que acaba faltando conhecer por falta de tempo. O dia que conseguimos visitar o Cristo foi daqueles caóticos. Tentamos chegar lá de carro pela manhã de um sábado, na época as placas tinham sido viradas pelo banditismo local, desistimos. Após o almoço e novas consultas aos mapas e ao querido amigo Constantino, nosso anfitrião em mais de uma estada no Rio, conseguimos finalmente encontrar uma indicação para o monumento mais visitado do país. Ali fizemos negócio com o motoqueiro da "comunidade" que iria nos guiar até o Cristo. O detalhe é que a semana inteira tinha chovido e o tempo estava nublado, foi num mês de janeiro, e no sábado abriu aquele sol maravilhoso. Resultado, milhares de turistas tiveram a mesma idéia que nós. Sufoco e demora para chegar, para estacionar o carro, mas enfim estavamos no Cristo Redentor. A paisagem incrivel, o significado do monumento, enfim, tudo valeu muito a pena.

Tiradentes


Matriz de Santo Antônio
Nosso roteiro Barranco Barroco Mineiro começou em São João del Rey em dezembro de 2005. A segunda cidade que visitamos foi a belíssima Tiradentes. Muito bem preservada, o centro histórico da cidade possui um casario harmonioso, além de belíssimas igrejas e fontes. A Serra São José ao fundo completa a paisagem colonial do lugar. A Igreja Matriz de Santo Antônio é um dos símbolos da cidade. É considerada a segunda mais rica do país em ouro. Depois de conhecer cada uma delas, percebe-se que todas possuem seu encanto particular, com maior ou menor riqueza de detalhes. Nosso barroco atingiu o objetivo da Igreja Católica no período ao provocar a surpresa, o deslumbramento e o fervor dos fiéis. Mesmo tendo um centro histórico pequeno, o que permitiu que pudessemos visitar a cidade num único dia, Tiradentes é um daqueles lugares que deixa saudades e vontade de voltar.

Paris


Musée de l'Orangerie

Quando se cogita conhecer Paris tudo o que você leu, pesquisou ou ouviu falar são automaticamente inseridos no seu roteiro. Mas ao chegar você é tomado pelo deslumbramento, afinal você está em Paris! Fizemos um roteiro prévio priorizando os pontos turísticos mais conhecidos, deixando outros lugares para o caso de sobrar tempo. Mas foi impossível estabelecer um plano fechado de passeios, e este fato, ao contrário de bagunçar a viagem, permitiu que fossemos tomados também pela surpresa, elemento essencial para qualquer experiência de conhecimento de um lugar. Acho que passamos umas 4 vezes pelos Jardins das Tulherias até "notar" que ali estava o Musée de L´Orangerie. Entre idas e vindas do hotel, localizado ao lado do Louvre, até a Torre Eiffel, do hotel até o Museu dos Invalides, da Place de la Concorde até o Louvre, vimos a construção e sabíamos que "devia" ser importante, só não imaginavamos quanto. Só descobrimos que aquela estufa era L'Orangerie porque encontramos nossa amiga Caroline, na época moradora de Paris, que nos perguntou se já tinhamos ido até lá. De fato, com tantas coisas para ver e conhecer em Paris, não colocamos este local como prioridade e por isso nem notamos que passamos por ele sem perceber! Teria sido uma falha imperdoável deixar de conhecer mais este magnífico museu de Paris. L' Orangerie é uma visita imperdível. Ali estão expostas as obras do ciclo "Nymphéas"(1914-1926), essenciais para qualquer amante de Monet. A experiência de sentar num banquinho no centro das gigantescas telas é única. São três salas circulares em que a obra pode ser apreciada nos seus detalhes e no seu conjuunto. Outras obras impressionistas e pós-impressionistas também fazem parte do acervo do museu. No subsolo estão obras de Renoir, Matisse, Cézanne, Gauguin, Picasso entre outros. Além disso, outras exposições temporárias também estão presentes neste espaço. Antiga estufa do Palácio das Tulherias, a galeria foi aberta ao público em 1927. Na entrada, existem esculturas de Rodin em harmonia com o jardim do museu. Ainda como adoradores de Monet tentamos em vão conhecer o Musée Marmottan Monet, mas por conta da Tour de France que "cortou" a cidade ao meio não conseguimos chegar ao local. Fica para a próxima ou próximas viagens, porque é impossível visitar todos os locais interessantes de Paris numa única viagem.